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O desafio de lecionar em tempos de pandemia
21/05/2020 às 17h25min
Neste período de combate contra o covid-19, muitas foram as modificações e hábitos transformados, um deles foi o método de ensino de profissionais da educação. Professores desde o ensino infantil até o ensino superior vêm se adaptando com as aulas à distância para não deixar alunos em prejuízo com o aprendizado. Mas como isso vem funcionando? Será que traz os resultados esperados?
Desde maio, as aulas programadas vêm ocorrendo no município, com escolas de educação infantil, de ensino fundamental e no ensino de jovens e adultos (EJA). Na educação infantil as atividades programadas são repassadas obrigatoriamente apenas para as turmas de pré A e pré B, que englobam crianças de 4 e 5 anos, para turmas inferiores com crianças de até 3 anos, a orientação é que sejam repassadas sugestões pedagógicas que familiares possam desenvolver com as crianças em casa.
De acordo com a Secretária de Educação do município, Alice Theis, toda a semana as escolas repassam informações sobre os índices de acesso a essas aulas, seja por alguma tecnologia ou de forma impressa, e quantos alunos não tiveram acesso a esse material. Até o momento, 95,5% de alunos tiveram acesso as aulas, desde número, 31% no formato impresso, e o restante, 64,5% por meios tecnológicos. Alice salienta, que o material impresso está sendo distribuído para os alunos nas escolas, todas as sextas-feiras, das 16h às 20h. E reforça o recado para alunos do EJA, pois conforme dados, são a parte de alunos do município que menos tem acesso as aulas. “Eles têm que saber que também tem direito a essas aulas programadas”, afirma.
A Secretária confirma que essas aulas serão usadas para compensar dias letivos deste ano, de acordo com autorização da resolução nº 05 de 2020 do Conselho Nacional de Educação, mas para a volta às aulas ainda não há previsões. A Secretaria de Educação Municipal está de acordo com os decretos estaduais e municipais de calamidade, e Alice salienta que já possuem planejamentos para qualquer hipótese, seja a permanência das aulas programas ou a volta das aulas presenciais.
Para a professora de português e supervisora escolar da EMEF Profª Odila Rosa Scherer, Alexandra Stein, o método EAD não foi uma novidade, mas sim a faixa etária dos alunos que participam das aulas. “O que costumava fazer antes era compartilhar vídeo aulas, podcast e outros recursos para agregar a aula presencial”, conta. Sobre os desafios agora encontrados, ela menciona que são muitos, pois precisam pensar em aulas acessíveis para todos, e complementa: “penso que o comprometimento e a organização de muitos ainda pode melhorar”. A professora conta que é um processo novo para todos, mas que a maioria tem se esforçado e por vezes fazem até mais do que foi pedido. O principal neste momento é ter dedicação de ambas as partes e também o auxílio da família.
Sobre o suporte recebido, Alexandra comenta: “Professor é um profissional curioso, pesquisador, leitor e inovador que corre sempre atrás das coisas. Tivemos acesso a cursos online gratuitos, porém em termos de preparação de aulas e outros ficou mais a cargo da coordenação pedagógica de cada escola, orientar e auxiliar diretamente os professores”.
Com o ensino superior não é diferente, a Professora de Direito Empresarial, Orientadora do Gabinete de Assistência Jurídica e Subcoordenadora do Curso de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), câmpus Venâncio Aires, Grace Kellen Corrêa de Freitas, relata que a organização das aulas é tranquila, pois também já atua no método EAD da própria universidade e na pós-graduação. O maior desafio, porém, é educar o aluno para esse tipo de ensino, já que a maioria está habituada ao presencial, e com alguns problemas que podem surgir, como uma conexão ruim dependendo de região em que o aluno está.
Grace acredita que o rendimento dos alunos não foi prejudicado, pois o ensino EAD exige muito mais do aluno quanto na organização e no interesse pela busca do conhecimento. “Com todas as ferramentas oferecidas, e se o aluno consegue realizar as atividades, confia-se que o rendimento dele possa aumentar, pois na opção EAD existe a possibilidade de rever aulas e estar em um ambiente com mais conforto”, afirma.
O retorno dos alunos vem sendo acompanhado com enquetes e contato direto da universidade. Grupos no aplicativo WhatsApp também foram uma alternativa para a instituição. “Tivemos pequenos problemas até nos adequar, mas conseguimos e o retorno é satisfatório, especialmente no campus de Venâncio Aires”, salienta a professora. O retorno da universidade depende de liberações do estado e município, obedecendo também as normativas do MEC. ”De modo geral estamos com atendimento online em todos os setores… Estamos ansiosos para a volta das aulas, mas agora a maior preocupação é com a saúde dos alunos”, conclui.
Créditos das fotos: Willian de Oliveira - Portal Guia Venâncio
Créditos dos textos: Luana Schweikart - Portal Guia Venâncio
Fonte: Portal Guia Venâncio
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