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Na doação de sangue, a possibilidade de salvar vidas e retribuir a solidariedade

14/06/2020 às 17h04min

O sentimento de gratidão em poder contribuir com outras vidas tem um peso ainda maior para a estudante de Relações Públicas Thalia Luiza Schulz, 23 anos. Há alguns anos, ela sofreu um acidente de carro e precisou da ajuda de doadores de sangue voluntários, para se recuperar.


Desde que passou por esta situação, Thalia, que tinha medo de doar sangue, percebeu a importância daquele gesto, capaz de mudar a realidade de muitas pessoas. “Este pensamento mudou há alguns anos, quando troquei de lado e me tornei uma das pessoas que precisava do apoio dos doadores. Quando acordei e li as notícias que falavam da tamanha solidariedade que tiveram comigo, a ponto lotar o estoque do banco de sangue da cidade, percebi o tamanho da importância de um ato que pode parecer tão pequeno e simples”, observa.


Após a recuperação, Thalia teve que aguardar um tempo até que estivesse apta a fazer a doação. Durante este período, ela buscou mais informações a respeito e passou a compreender o processo, desde o cuidado envolvido até a importância de ser sincero na triagem. “Ali, percebi que era preciso trabalhar melhor o assunto – tanto em mim quando nos outros, pois é um ato simples, mas de extrema significância”, afirma a estudante, que inclusive desenvolveu um trabalho na universidade, relacionado ao tema.

Foto: Divulgação


A pandemia do coronavírus e a consequente diminuição das doações nos bancos de sangue motivaram Thalia a doar sangue pela primeira vez. Há dois meses, ela e a irmã foram juntas ao Vital Banco de Sangue para realizar o procedimento. “Eu estava ansiosa, porque sabia da importância daquele ato, ainda mais durante esse período que estamos vivendo. Acho que seria ainda mais egoísmo meu não doar agora, porque sei que muitos que doam regularmente não poderiam fazer isso”, destaca.


Depois disso, ela pôde compreender o significado e importância deste ato. “Naquele momento eu pude sentir por que minha mãe voltava tão realizada das doações. Talvez ela sentia algo parecido com o que eu senti, uma sensação boa de estar fazendo algo que poderia salvar ou ajudar alguém. Sem dúvidas, a compreendi”, afirma Thalia, que já tinha exemplos de doadores de sangue na família.


“Somos tantas pessoas e, mesmo assim, é comum faltar sangue nos bancos, isso é uma realidade triste e que precisa mudar. Não deixem que as desculpas do dia a dia corrido os deixem de fazer tamanha diferença a alguém. Não demora, não dói e nem precisa ter medo, é mais simples do que parece e mais importante do que você possa imaginar.”

THALIA LUIZA SCHULZ
Doadora de sangue


Vital Banco de Sangue recebe cerca de 200 doações por mês

O Vital Banco de Sangue, localizado em anexo ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), é o responsável pelo abastecimento de sangue no município. Em média, em torno de 200 coletas são realizadas por mês.


De acordo com a enfermeira responsável, Daiana Keller, o sangue coletado no Vital Banco de Sangue fica em Venâncio Aires, e parte do material é encaminhado para Candelária. “Em média cinco bolsas de sangue por semana são enviadas para o município, conforme a necessidade”, afirma.


Segundo ela, os tipos de sangue mais utilizados pela população venâncio-airense variam de acordo com a demanda, porém a amostragem mais significativa são dos sangues positivos, principalmente, O positivo e A positivo. Já o sangue mais raro é o AB negativo seguido pelo B negativo. “Dos tipos mais incomuns de sangue, no máximo, duas bolsas de sangue são mantidas em estoque”, explica.


O sangue que é coletado é utilizado para reposição em pacientes que sofreram acidentes ou traumas, em procedimentos cirúrgicos, hemodiálises e quimioterapias. Conforme a enfermeira, a principal demanda ocorre em situações de pós-acidente, pois, na maioria dos casos, as vítimas necessitam de uma quantidade maior de sangue de uma única vez. “Enquanto o paciente de hemodiálise faz uma bolsa de sangue por vez, uma vítima de acidente pode precisar de até dez bolsas de sangue”, compara.


Quem pode doar

Podem doar sangue pessoas que tenham entre 18 e 68 anos. Menores de idade (com 16 e 17 anos) também podem fazer doação, desde que acompanhados de um responsável. Além disso, é necessário estar bem de saúde de um modo geral, sem apresentar sintomas de gripe, resfriado e nenhuma outra doença ativa, ter mais de 50 quilos, não ingerir bebida alcoólica 24 horas antes da doação. Quem tiver tatuagem, deve esperar por um ano para fazer a doação de sangue.


Atualmente, por conta das medidas de isolamento social para evitar o contágio do coronavírus, as coletas estão sendo agendadas pelo telefone 3741-7349 ou WhatsApp 99898-0325 ou 99942-5504.


Créditos das fotos: Taiane Kussler - Jornal Folha do Mate

Créditos dos textos: Taiane Kussler - Jornal Folha do Mate

Fonte: Jornal Folha do Mate

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