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A Associação Médica de Venâncio Aires (Amva) e o Corpo Clinico do Hospital São Sebastião Mártir publicaram, nesta quarta-feira, 08, uma nota de esclarecimento público sobre a instalação de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. No texto, os médicos e a entidade reconhecem a importância de uma unidade especializada no atendimento a recém-nascidos, no entanto, classificam como “inapropriada a construção no contexto atual”.

Conforme a nota, “hoje, quem se encontra na UTI é o nosso hospital e toda atenção deve ser voltada para a sua recuperação. Precisamos primeiro recuperá-lo para garantir a manutenção dos serviços já existentes e depois, sim, todo investimento para crescer e incorporar novos serviços fará todo o sentido. Agora é hora de recurar a saúde financeira da instituição”.

No texto, ainda foi destacada a possibilidade do encerramento das atividades da casa de saúde da Capital do Chimarrão: “é imprescindível o socorro financeiro do poder público municipal, sob risco do HSSM fechar as portas”.

Em entrevista à reportagem da Rádio Venâncio Aires, o diretor clínico do Hospital São Sebastião Mártir e membro da Associação Médica de Venâncio Aires, Paulo Abrahão, explicou que a classe não é contra a instalação da unidade. O documento também aborda o seguinte ponto: “queremos esclarecer que de forma alguma somos contrários a construção da UTI neonatal ou qualquer outra unidade que venha qualificar nossos serviços em prol da comunidade, porém, neste momento a prioridade máxima é garantir a sobrevivência do HSSM”.

Procurado pela reportagem, o prefeito Giovane Wickert preferiu não se manifestar sobre a nota, mas declarou que a proposta de implantação está mantida. O projeto arquitetônico foi aprovado pelo Núcleo de Vigilância de Estabelecimentos de Saúde no mês de dezembro e conta com validade de um ano, ou seja, as obras devem iniciar neste período.

Segue a nota na íntegra:

Os médicos do Corpo Clinico do Hospital São Sebastião Mártir e a Associação Médica de Venâncio diante da grave crise financeira que o HSSM atravessa não podemos deixar de manifestar a nossa preocupação diante da notícia vinculada pela imprensa local do início das obras para construção da UTI neonatal nas dependências do HSSM.

Reconhecemos o valor e a importância de uma unidade especializada no atendimento de recém nascidos e apoiamos sim a construção de uma unidade que certamente atrairá novos profissionais especialistas para o município contribuído para qualificar ainda mais o corpo clínico do HSSM.

No entanto, nos parece inapropriado no contexto atual iniciar a construção de uma nova unidade dentro das dependências do hospital, já que este: não consegue pagar em dia seus funcionários, fornecedores e prestadores de serviços; recentemente precisou demitir funcionários para reduzir custos; necessita, urgentemente, de manutenção das áreas físicas já existentes, que estão deterioradas; precisa investimentos nas áreas de gestão hospitalar e tecnologia para obter melhores resultados financeiros e assistenciais.

Hoje quem se encontra na UTI é o nosso hospital e toda a atenção deve ser voltada para sua recuperação. Precisamos primeiro recuperá-lo para garantir a manutenção dos serviços já existentes e depois sim todo o investimento para crescer e incorporar novos serviços fará todo o sentido agora é hora de recuperar a saúde financeira da instituição.

É imprescindível o socorro financeiro do poder público municipal, sob risco do HSSM fechar as portas.

Sendo assim, queremos esclarecer que de forma alguma somos contrários a construção da UTI neonatal ou qualquer outro unidade que venha qualificar nossos serviços em prol da comunidade, porém, neste momento a prioridade máxima é garantir a sobrevivência do HSSM.

Drº Paulo Abrahão – Diretor Clínico

Drº Guilherme Furst Neto – Diretor Técnico

Drª Jacqueline Abel Balestrin Froemming – Presidente da AMVA

Créditos das fotos: Cris Frantz

Créditos dos textos: Eduardo Wachholtz / RVA

Fonte: Portal RVA